TERRITÓRIOS MENTAIS OCUPADOS

14/03/2018 09:22

TERRITÓRIOS MENTAIS OCUPADOS

 

Síndrome do pânico e transtorno obssessivo-compulsivo integram a lista de condições relacionadas à ansiedade e devem ser tratadas com atenção.

 

O celular apita e mostra mais uma notificação; o trânsito exibe uma fila de carros parados; o dia parece não ser suficiente para concluir todas as tarefas. A rotina contemporânea é propícia à constante elevação do estresse e, nessa roda viva, um estado emocional ganha espaço: a ansiedade. Quando esse estado se torna excessivo ou persistente, é provável que um transtorno de ansiedade se tenha instalado na mente.

Dois quadros patológicos se destacam: o transtorno do pânico (ou síndrome do pânico) e o transtorno obssessivo-compulsivo (TOC). Com muitas diferenças nas manifestações, ambos são relativos ao comportamento ansioso. A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que 264 milhões de pessoas no mundo sofrem hoje com esse quadro – número maior que o índice divulgado em 2005. Na América Latina, o Brasil é o país com maior porcentagem de casos: 9,3%.

 

 

SÍNDROME DO PÂNICO

 

O transtorno é caracterizado pelas crises de medo e desespero intensos, em que o paciente se sente ameaçado por algo desconhecido ou inexistente, sem sinal de perigo iminente. Os episódios são recorrentes e inesperados, seguidos de preocupação persistente de haver novos ataques.

Normalmente, o pavor é acompanhado de pelo menos quatro dos seguintes sintomas: falta de ar, palpitação, dor no peito, sensação de sufocamento ou afogamento, tontura ou vertigem, sensação de falta de realidade, formgamento, ondas de calor ou frio, sudorese, sensação de desmaio, tremores ou sacudidelas, medo de morrer, enlouquecer ou perder o controle.

 

TOC

 

"NO TOC, a ansiedade faz com que a pessoa tenha crises de pensamentos, idéias e imagens

mesmo que irreais – que invadem a mente insistentemente (obsessões). Com isso, pode surgir o comportamento compulsivo e repetitivo, como se levantar várias vezes da cama à noite e verificar se a porta está trancada, para aliviar momentaneamente a ansiedade e os pensamentos obsessivos", explica Carolina Pellegrini . Esse comportamento pode dominar a vida da pessoa.

Na compulsão, o paciente é impelido pela mente a executar as ações repetitivas, com o objetivo de controlar o perigo imaginário da obsessão. Exemplos são o ato de lavar as mãos inúmeras vezes pelo temor de contaminação, e o de contar minuciosamente os números de quadrados de uma sala, além de rituais como recitar uma frase ou palavras – ainda que silenciosamente - , ou cantar uma música.

O tratamento inclui exercícios de exposição e prevenção de rituais, desconstrução dos pensamentos catastróficos, erros de avaliação e de interpretação.

 

Fonte: Revista ANFARMAG – ano 24 – MAIO/JUNHO/JULHO/AGOSTO – Nº 110

 

* Carolina Pellegrini é psicóloga e neuropsicóloga